quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ados, antes

Saussure deve esperar descontrolado na fila da reencarnação seu momento de revisar cyberneticamente a teoria linguística.
Aparentemente in-significante, a vida virtual cotidiana reconstruiu toda a teoria dos signos e iniciou uma nova era. Aqui se fala. Mais que a invenção de um vernáculo novo, a apropriação da língua do outro ou o poder de falar para para massas que nem sabem se querem ouvir, a Internet transformou a sociedade de consumo na sociedade de discurso. Você é o que você diz ser. E os significantes que antes não alcançavam a imponência da COISA (a mineirada consciente, ironizando os europeus, tchatchatcha), viraram tudo que se tem. Se antes a fonética falhava ao tentar representar o mundo, hoje o mundo falha ao tentar reproduzir o que li. O show não é melhor que o vídeo, o encontro não é melhor que o chat, a verdade não é além do e-mail, você não é maior que a foto. E o que aqui é dito não precisa nunca tomar dimensões materiais para passar a ser. O seio materno, significado maior, é agora consumido com os olhos; e Lacan reencarnado iria ainda mais além, substituindo Narciso por blog, o lago virtual de se olhar decifrado.


Depois de todo esse discurso, meus impulsos ficam justificados como placement. Quem nunca lambeu o chão virtual de alguém, que atire o primeiro comment.
 Jobs, sobj, bsjo,
Fernanda

2 comentários:

Isadora disse...

That is so true...

Isa

Leila disse...

Que bom ler este blog...
Leila