Quando olho para o futuro, eu enxergo uma infinidade de caminhos traçáveis, abertos em formas geométricas complexas como uma foto aérea de uma metrópole. Difícil para mim é escolher para que lado seguir. Feito isso, eu começo a acreditar que cada passo determinará o sucesso daquela estrada e cabe apenas a mim segui-la.
Semana passada eu fui lembrada de que não habito solitária essa metrópole. No meio da rua pela qual caminhava, foi erguido um muro e eu enxerguei que aquele caminho não podia ser meu. Senti a dor de quem calejou os pés para chegar ali, em vão. Senti a dor de quem vendo uma trilha, imaginou a highway, em vão. Para uma decepção inteira, resta-nos meia-volta. Sem opção, eu fui andando de costas aquele mesmo pedaço de rua, levando junto com a raiva e a mágoa, o lado de lá do muro que é certamente mais belo pelo buraco imaginário que furei.
Olho por ele e vejo a estrada já pisada por outros pés, enquanto penso, ainda sentida, que se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar...
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